Operação Catrimani conclui a entrega de 360 toneladas de alimentos na Terra Yanomami

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Operação Catrimani conclui a entrega de 360 toneladas de alimentos na Terra Yanomami

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Manaus (AM) – Chegaram ao fim as atividades de distribuição de cestas básicas na Terra Indígena Yanomami. Ao todo, 360 toneladas de suprimentos foram entregues a 236 comunidades, com o emprego de 36 aeronaves na Operação Catrimani. A atuação coordenada totalizou 2.400 horas de voo. Também, foram realizadas cinco missões de evacuação aeromédica, além do apoio prestado às ações Polícia Federal e da Polícia Civil de Roraima.

Os 374 militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira envolvidos na Operação, atuaram de forma intensa no apoio logístico para levar assistência humanitária às comunidades indígenas da Terra Yanomami.

A Coordenadora da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kuana da FUNAI, Elayne Rodrigues Maciel, agradeceu o apoio recebido. “Agradeço todos os esforços, inclusive das ações no ano passado, para que a população indígena pudesse restabelecer o seu modo de vida. Quanto a Catrimani I, digo com muita certeza, que conseguimos atender toda a região crítica de Auaris e Surucucu. Não temos notícia de nenhuma comunidade que não tenha recebido apoio. O que podemos perceber é que eles conseguiram abrir muitas roças a partir dessas entregas. Então, a partir disso, podemos perceber que tem funcionado muito bem essa estratégia”, destacou.


Durante uma coletiva de imprensa realizada no 6º Batalhão de Engenharia de Construção, em Boa Vista (RR), foi apresentado o balanço geral da Operação Catrimani I, que atingiu a meta estipulada de distribuição de 15 mil cestas de alimentos. “Desde o ano passado, também em operações emergenciais, juntamos os nossos esforços e, em coordenação com as agências e órgãos de segurança, conseguimos resultados muito positivos. Na Catrimani I, continuamos com esse propósito. Os resultados apontam que alcançamos o objetivo dessa fase. Minhas palavras são de agradecimento a todas as equipes”, ressaltou o Comandante do Comando Operacional Conjunto Catrimani e do Comando Militar da Amazônia, General de Exército Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves.

O Chefe do Estado-Maior da Operação, Brigadeiro do Ar Eduardo Miguel Soares, pontuou a importância do trabalho em conjunto para a conquista dos objetivos. “O sucesso dessa Operação se deu, primordialmente, devido à sinergia entre as Forças Armadas, a FUNAI e os órgãos de segurança, porque o trabalho de forma coordenada permitiu entregar as cestas com ainda mais eficiência a todas as comunidades da Terra Ingígena Yanomami, conforme o planejamento da FUNAI. Os números expressivos, da Operação demonstram o compromisso das Forças Armadas em garantir o apoio logístico às comunidades indígenas”, ressaltou o Brigadeiro.

A complexidade da Operação
Apesar de atuar com um objetivo claro e definido, todos os processos da Catrimani I precisaram ser minuciosamente planejados e executados, com base em uma logística complexa. No que diz respeito à entrega de cestas de alimentos por lançamentos de cargas – chamados de ressuprimentos aéreos – por exemplo, a coordenação entre Forças Armadas, Agências, Base Aérea de Boa Vista e os Pelotões Especiais de Fronteira foi decisiva para garantir que a ajuda humanitária chegasse efetivamente à Terra Indígena Yanomami.

As cestas de alimentos disponibilizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento passaram por uma minuciosa preparação. Elas foram acondicionamento pelo método CDS (Container Delivery System), equipadas com paraquedas e, por fim, lançadas no 4° Pelotão Especial de Fronteira, em Surucucu (4ª PEF) por meio do C-105 Amazonas, da Força Aérea Brasileira. Todo esse trabalho de montagem das cestas foi realizado pelo Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar, que também atuou no recolhimento do material em solo, após os lançamentos.

Saiba mais sobre a importância do Pelotão Especial de Fronteira Surucucu na Terra Indígena Yanomami.

Pelotão Especial de Fronteira
O 4º Pelotão Especial de Fronteira, em Surucucu, foi um importante centro estratégico, não apenas para a distribuição do alimento às aldeias, mas também para o abastecimento das aeronaves engajadas na Operação Catrimani. A pista de pouso de seu aeródromo foi equipada com tanques flexíveis de combustível, que viabilizaram o reabastecimento das aeronaves. Sediado em Auaris, o 5º Pelotão Especial de Fronteira também se engajou na Operação, provendo apoio logístico à distribuição de suprimentos.

A partir dos Pelotões Especiais de Fronteira, os suprimentos foram distribuídos às aldeias por meio de helicópteros.

Esquadrões em ação
Com perfis distintos e doutrinas específicas, os 12 esquadrões aéreos empregados na Operação atuaram sob cuidadosa coordenação do Comando Operacional Conjunto Catrimani. Foi prestada a assistência humanitária às aldeias yanomamis Macaxeira, Auris, Xirimihik II, Onkiola, Surucucu, Palimiú, Parima, Kuratanha, Kalissi Posto, entre outras.

Quanto à operacionalidade dos esquadrões, o Comandante da Aeronave MAR7103, Capitão de Corveta do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte da Marinha do Brasil, Anderson de Oliveira Bragagnolo, destacou aspectos essenciais do vetor UH-15 Super Cougar, engajado na missão.

“Sua capacidade de carga elevada, grande espaço interno e versatilidade forneceram um amplo espectro de opções para o seu emprego durante a Operação Catrimani. O Esquadrão HU-41 voou mais de 100 horas nessa Operação, realizando ações como o transporte de cerca de 60 toneladas de material, a entrega de mais de 2.300 cestas básicas, e a execução de evacuação aeromédica”, disse.

O piloto e Adjunto-Chefe da Seção de Comunicação Social do Quarto Batalhão de Aviação do Exército, Capitão Mateus Lima Peixoto Braga, evidenciou algumas capacidades relevantes da tripulação engajada na missão.

“Com suas aeronaves HM-1 Pantera, HM-2 Black Hawk e, mais recentemente, com o HM-4 Jaguar, o Esquadrão Coronel Ricardo Pavanello esteve de prontidão, com a capacidade de atuar em qualquer ponto da Amazônia, seja de dia ou de noite. Essa capacidade foi fundamental na Catrimani”, ressaltou.

A atuação da Força Aérea também se destacou pelo emprego de diversas aeronaves de asa rotativas e de asas fixas.

“O C-98 Caravan é uma aeronave muito versátil capaz de pousar em pistas curtas e não preparadas (sem pavimento). Ressalto que em cada surtida para a pista de Surucucu, conseguimos transportar até 700kg de suprimentos, podendo ser combustível em apoio aos helicópteros, cestas básicas, pessoal e demais suprimentos em apoio à Operação”, destacou o Comandante de Aeronave do Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo, Tenente Aviador Fernando Henrique Miyagusiku Kanashiro.

Próximos passos
Com a conclusão da Operação Catrimani I, novos rumos estão sendo avaliados pelo Ministério da Defesa junto à Casa de Governo, Forças Armadas, Agências e Órgãos de Segurança. Em contribuição ao Plano de Ação Permanente na Terra Indígena Yanomami, os próximos passos seguem em direção às ações fixadas pela Portaria GM-MD Nº 1511, de 26 Março de 2024, que regula o emprego, temporário e episódico, de meios das Forças Armadas, em apoio às ações governamentais na referida região. “Em coordenação mútua, teremos novamente uma organização conjunta para atuar em um objetivo comum: o combate ao garimpo ilegal e a promoção da segurança para que as equipes de saúde consigam chegar às comunidades. A Operação Catrimani I foi uma fase e esse trabalho será continuado, com outras logísticas e estruturas, que já estão sendo estudadas”, enfatizou o Diretor da Casa de Governo em Roraima, Nilton Luis Godoy Tubino.

Fonte: Comando Militar da Amazônia

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Redação Fala Aí Notícias

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