O CAN (Correio Aéreo Nacional) existe há muitas décadas e, por meio dele, qualquer brasileiro pode voar nos aviões de…
Médicos e profissionais de saúde vão pagar 21,5% em impostos com a reforma tributária
- Voltar
- Médicos e profissionais de saúde vão pagar 21,5% em impostos com a reforma tributária
Médicos e profissionais de saúde vão pagar 21,5% em impostos com a reforma tributária
Getting your Trinity Audio player ready...
|
Área da saúde terá redução de 60% em cima da alíquota-base da reforma triutária, estimada em 26,5%| Foto: Ani Kolleshi/Unsplash
Por Raphaela Ribas / Gazeta do Povo
A reforma tributária, que vai para tramitação no Senado, deverá fazer com que profissionais da área de saúde paguem mais impostos, mesmo estando incluídos no grupo que terá redução de 60% na alíquota de referência dos novos Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). A carga tributária total deve ficar em 21,48% (10,6% de IBS e CBS e 10,88% de IRPJ e CSLL).
Isabela Berger, advogada tributarista da Nelson Willians Advogados, aponta que a reforma aumentará a tributação em geral, não apenas para os prestadores de serviço. “Muito se fala que após as definições da reforma tributária da tributação sobre o consumo, passará a ser discutida a reforma tributária da tributação sobre a receita”.
O desconto nas alíquotas de IBS e CBS que médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, entre outros, que atuem como profissionais liberais é o mesmo do qual usufruirão escolas, hospitais e empresas de maior porte que atuem nas áreas.
Os serviços de saúde que serão contemplados com redução de alíquota de 60% são:
serviços cirúrgicos;
serviços ginecológicos e obstétricos;
serviços psiquiátricos;
serviços prestados em unidades de terapia intensiva;
serviços de atendimento de urgência;
serviços hospitalares não classificados em subposições anteriores;
serviços de clínica médica;
serviços médicos especializados;
serviços odontológicos;
serviços de enfermagem;
serviços de fisioterapia;
serviços laboratoriais;
serviços de diagnóstico por imagem;
serviços de bancos de material biológico humano;
serviços de ambulância;
serviços de assistência ao parto e pós-parto;
serviços de psicologia;
serviços de vigilância sanitária;
serviços de epidemiologia;
serviços de vacinação;
serviços de fonoaudiologia;
serviços de nutrição;
serviços de optometria;
serviços de instrumentação cirúrgica;
serviços de biomedicina;
serviços farmacêuticos; e
serviços de cuidado e assistência a idosos e pessoas com deficiência em unidades de acolhimento.
A área de saúde também terá desconto de 60% nos equipamentos e medicamentos (que não tiverem alíquota zero). Além de especialidades médicas, estão inclusos neste percentual de redução produtos básicos de higiene pessoal, dispositivos médicos e 71 fórmulas para nutrição enteral (diretamente no sistema gástrico) e parenteral (diretamente na veia).
Quando os medicamentos e dispositivos médicos ou de acessibilidade forem para pessoas com deficiência, a alíquota será zero – desde que a compra destes itens seja feita através de órgãos públicos.
Estes profissionais não podem ser microempreendedores individuais (MEI). Segundo a tributarista, entende-se que são profissões que exigem vínculo com conselhos de classe específicos.
Como foi a aprovação da reforma tributária
O texto-base da reforma recebeu 336 votos favoráveis e 142 contrários. Houve duas abstenções. A proposição agora segue para análise dos senadores, com previsão de ser votada em agosto.
O PL orientou a rejeição da proposição, mas 11 deputados da legenda decidiram apoiar o projeto. Veja aqui como cada deputado federal votou.
A versão da reforma aprovada foi resultado de um grupo de trabalho indicado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e que teve Reginaldo Lopes (PT-MG) como relator-geral. Ao final da sessão, o único destaque aprovado pelos deputados foi o que previa a isenção para proteínas animais.
Durante a discussão da matéria, foram apresentadas 804 emendas de plenário. Após um acordo, Lopes acatou total ou parcialmente 45 delas. O parecer final incluiu uma trava para garantir que a alíquota de média de referência do IVA não ultrapasse 26,5%.
- Compartilhar