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Presidente do INSS é afastado após PF descobrir desvio de R$ 6,3 bilhões desde 2019
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Presidente do INSS é afastado após PF descobrir desvio de R$ 6,3 bilhões desde 2019
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Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é suspeito de participação no esquema que lesava aposentados e pensionistas. (Foto: divulgação/PF)
Por Guilherme Grandi/Gazeta do Povo
O presidente nacional do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta (23) após a Polícia Federal deflagrar uma operação que apura um desvio de R$ 6,3 bilhões através de descontos associativos não autorizados de aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024.
A Operação Sem Desconto cumpre 211 mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens avaliados em R$ 1 bilhão em 13 estados e no Distrito Federal, além do afastamento de seis servidores suspeitos de envolvimento no esquema. Stefanutto é um deles, segundo fontes confirmaram à Gazeta do Povo.
Além de Stefanutto, também foram afastados o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Oliveira Filho, e mais quatro integrantes do comando do órgão. A reportagem procurou o INSS e o Ministério da Previdência para comentarem o afastamento e aguarda retorno.
“As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”, disseram a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) em nota.
Os bens bloqueados, segundo a apuração, somam mais de R$ 1 bilhão dos envolvidos no DF e nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
Fontes ouvidas pela Gazeta do Povo relataram que a investigação busca entender como era a logística do esquema e qual era a participação de Stefanutto no grupo, visto que ele assumiu o cargo em julho de 2023. Ele foi precedido por Glauco Wamburg, indicado pelo ministro Carlos Lupi e exonerado por suposto uso irregular de passagens e diárias pagas pelo órgão.
No entanto, as investigações apontam que os desvios ocorriam desde 2019 quando o INSS era presidido por Renato Rodrigues Vieira, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele pediu demissão do cargo um ano depois em meio à uma crise de lentidão para a concessão de benefícios — a “fila do INSS” somava quase 2 milhões de pedidos.
No lugar dele, assumiu o então secretário da Previdência, Leonardo Rolim. Entretanto, não há informações se Vieira e Rolim também são alvos da operação.
Mais informações sobre a operação serão fornecidas às 11h em uma entrevista coletiva com o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública. Ele se reuniu mais cedo com Lupi e com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e com o ministro Vinícius Marques de Carvalho, da CGU.
As primeiras imagens divulgadas pela Polícia Federal mostram o cumprimento de mandados de busca e apreensão em uma sede da Previdência Social e em uma entidade prestadora de serviços aos beneficiários. Há, ainda, bens como veículos automotores de luxo, relógios, armas e munições, dinheiro em espécie e documentos:
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